Com a agenda cultural carioca menos trepidante, o artista virtual e curador Vilmar Madruga tem dividido seu tempo livre entre muita literatura e bons filmes. “Estou lendo ‘Quem matou Roland Barthes?’, um trailler filosófico escrito por Laurent Binet, vencedor do prêmio Goncourt e uma das vozes mais originais da ficção francesa contemporânea”, conta Madruga.
Após vencer o Prêmio Goncourt com seu primeiro romance, HHhH, Laurent Binet volta a transitar pela fronteira entre ficção e realidade em uma engenhosa e bem-humorada mescla de thriller histórico e farsa filosófica. A premissa é simples: e se o atropelamento que matou o crítico e semiólogo francês Roland Barthes não tivesse sido um acidente, mas sim um crime?
E se o autor de “Fragmentos de um discurso amoroso” tivesse sido vítima de uma conspiração por estar de posse de um manuscrito contendo a sétima função da linguagem, última parte da teoria do linguista Roman Jakobson nunca revelada, capaz de convencer qualquer um de qualquer coisa? Nos meios intelectuais e políticos da Paris de então, em que transitam personagens como Foucault, Derrida, Deleuze, Althusser e Guattari, qualquer um pode ser o culpado.
Uma pausa na leitura e Madruga aproveita para explorar a televisão. O resultado é a feliz descoberta do documentário “Camino a Roma”. Um ano após ganhar três estatuetas no Oscar pelo filme autobiográfico “Roma”, o diretor mexicano Alfonso Cuarón fez sua estreia com um documentário na Netflix que revela o processo criativo por trás do longa.
Ficha técnica de “Quem matou Roland Barthes?”
Título original: La Septième Fonction du Langage
Tradução: Rosa Freire d’Aguiar
Capa: Elisa von Randow
Páginas: 416
Lançamento: 31/10/2016
Selo: Companhia das Letras