O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta até dia 12 de janeiro a mostra “Prospectiva – Carlos Vergara”, que mapeia, sobretudo, a produção do artista das últimas duas décadas. Com curadoria do próprio artista, a exposição combina obras de sua autoria, pertencentes ao seu acervo com excertos de textos escritos por curadores e críticos de arte que vêm acompanhando a trajetória poética do artista durante esse período.

Para ele, no entanto, não se trata de uma retrospectiva que avalia ocorrências já sedimentadas em seu processo criativo. Ao contrário – e o título da mostra indica –, para o artista, o material exposto segue sendo um desafio poético atual, posto que articula o presente e o futuro de sua produção.

Carlos Vergara nasceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941. Após viver em São Paulo, no início da década de 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade em que floresceu como um dos artistas essenciais das vanguardas neofigurativas brasileiras da passagem dos anos 50 para os 60.

O Rio vivia, então, seus últimos anos como Capital Federal, função perdida em 1960 para Brasília. Ainda assim, a antiga capital possuía uma vitalidade cultural impar. Nas artes, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, recém-inaugurado naquela ocasião, tornou-se um dos epicentros das vanguardas e do experimentalismo no Brasil, onde foram lançados, por exemplo, o neoconcretismo (1959), a nova figuração (1965) e a nova objetividade brasileira (1967), movimentos referenciais para a renovação da arte produzida no país.

Pode-se afirmar que a história da produção de vanguarda brasileira nos anos 50 e 60 é inseparável da história do MAM Rio. Consequentemente, tal história deve e pode ser potencializada nesta e em outras exposições com perfil semelhante.

Nesse sentido a curadoria do MAM Rio organizou, no terceiro andar, uma sala complementar, formada por obras pertencentes ao acervo do museu e à coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio, realizadas nos primeiros anos da trajetória poética de Carlos Vergara, ausentes da Prospectiva sob sua curadoria. O entrecruzamento desses dois conjuntos de trabalho permitirá ao visitante do museu uma visão panorâmica da obra de um pioneiro da arte contemporânea brasileira.

O MAM fica na Av. Infante Dom Henrique 85, no Parque do Flamengo.